O carro GNV é uma alternativa mais econômica em comparação a combustíveis como o etanol e a gasolina, e até mesmo mais limpa se considerarmos sua menor emissão de gases poluentes no cotidiano. Para quem usa o carro diariamente como forma de locomoção ou como ferramenta de trabalho, esse artigo é ideal para entender os benefícios da instalação de um sistema GNV em seu veículo.
Além de benefícios econômicos e ambientais, em alguns estados a instalação do sistema GNV também ajuda a reduzir o valor do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Você sabia?
Siga a leitura do nosso artigo e descubra tudo que você precisa saber para fazer uma instalação apropriada do sistema GNV em seu veículo.
O que é Gás Natural Veicular (GNV)?
Formado no solo a partir de matérias orgânicas durante milhões de anos, o gás natural é um combustível fóssil não renovável. Por conta de sua versatilidade e custo-benefício, o gás natural é utilizado para a geração de energia de diferentes formas em diversos setores, como: industrial, comercial, residencial e automotivo.
Diferente de outros combustíveis fósseis, o Gás Natural Veicular (GNV) se destaca por emitir menos poluentes , oferecer maior segurança, ser uma alternativa mais econômica e não ser passível de adulterações.
Qual a diferença do GNV para gasolina?
Apesar dos dois serem combustíveis fósseis, eles possuem grandes diferenças em sua composição, estado, impacto ambiental e outros fatores que falaremos mais abaixo.
O Gás Natural utilizado no GNV (Gás Natural Veicular) é um combustível fóssil, extraído do solo, composto majoritariamente por metano e seu estado físico é gasoso. Armazenado em reservatórios subterrâneos e distribuído por gasodutos, o GNV é um combustível de combustão mais limpo que a gasolina, gerando menor emissão de poluentes na atmosfera.
A gasolina é um combustível fóssil composto por hidrocarbonetos líquidos, derivado do petróleo, também extraído do solo, e seu estado físico é líquido. Armazenado em tanques, navios e dutos, a gasolina também é utilizada para a geração de energia, entretanto, esse combustível gera mais emissão de poluentes na atmosfera.
Os dois combustíveis são apropriados para carros, entretanto, para que seja utilizado o GNV é necessário fazer a instalação do sistema GNV no veículo. A instalação, autorizações e atualizações de documentos geram um custo inicial que pode ser recompensado pela economia obtida com combustível.
Pode colocar gasolina no carro GNV?
Não só pode como deve ser colocada. Apesar do carro não necessitar de gasolina para se locomover, a gasolina ainda é necessária para a partida do veículo, é através dela que o carro é aquecido devidamente chegando na temperatura ideal para o ponto de partida através do GNV (Gás Natural Veicular). Além da gasolina, em veículos flex há também a opção de utilizar o etanol como segundo combustível.
Quais as vantagens e desvantagens do carro GNV?
Apresentando uma série de vantagens e, também, desvantagens, o GNV (Gás Natural Veicular) atualmente ainda é uma das melhores opções de combustível fóssil no mercado pela sua grande versatilidade e baixo custo. A seguir falaremos um pouco sobre as vantagens e desvantagens em possuir um carro adaptado com o sistema GNV.
Vantagens do carro GNV
Adaptar o carro para o Gás Natural Veicular (GNV) traz diversas vantagens, inclusive vantagens ambientais e econômicas quando comparamos a outros combustíveis fósseis disponíveis.
- Maior rendimento;
- Menor custo por km rodado (mais economia);
- Menor emissão de poluentes locais;
- Impossibilidade de adulteração de combustível;
- Incentivos fiscais (alguns Estados).
Desvantagens do carro GNV
Apesar do Gás Natural Veicular (GNV) possuir diversas vantagens, todo combustível fóssil possui suas desvantagens, uma delas é que não é uma fonte de energia renovável.
Veja abaixo mais algumas desvantagens:
- Autonomia reduzida (podendo ser contornada com cilindros maiores);
- Custo de instalação (retorno rápido do investimento a depender da utilização);
- Redução de potência do motor (praticamente imperceptível para kits de 5ª e 6ª geração);
- Disponibilidade de postos de abastecimento. *Obs: No mapa da Comgás você consegue consultar os postos mais próximo de você;
- Espaço do porta-malas (alguns veículos permitem a instalação abaixo da caixa de estepe).
Sistemas GNV 5ª e 6ª geração
Adaptar o carro para o sistema GNV requer uma pesquisa um pouco mais aprofundada, já que exige alterações no sistema de alimentação do veículo. Além disso, a instalação deve ser feita por uma oficina especializada e certificada pelo Inmetro para que não haja nenhuma margem para erro.
Atualmente, os sistemas de 5ª e 6ª geração são os mais avançados do mercado, proporcionando um desempenho superior e uma experiência de condução mais próxima à dos veículos movidos a combustíveis líquidos. Por isso, vamos trazer aqui as principais características dos dois sistemas para que você escolha a melhor opção para o seu caso.
GNV 5ª geração: Injeção Sequencial
O sistema de GNV de 5ª geração trouxe um salto tecnológico em relação às versões anteriores. Ele introduziu a injeção sequencial de GNV, que funciona de maneira semelhante à injeção eletrônica de gasolina, garantindo uma combustão mais eficiente e um melhor aproveitamento do combustível quando comparado às versões anteriores.
Principais características da 5ª geração:
- Utiliza bicos injetores eletrônicos para distribuir o gás de forma mais precisa;
- Reduz a perda de potência do motor, tornando o desempenho mais equilibrado;
- Mantém o funcionamento original do veículo com alternância eficiente entre gasolina/etanol e GNV.
Esse sistema é indicado para veículos que possuem injeção eletrônica multiponto, garantindo uma adaptação mais eficiente e econômica.
GNV 6ª geração: Injeção Direta de Gás
A 6ª geração de GNV representa o que há de mais moderno no mercado. O kit de 6ª geração se diferencia dos anteriores por trabalhar com um sistema de injeção direta de GNV, ou seja, o gás é injetado diretamente dentro da câmara de combustão, de forma semelhante ao funcionamento da gasolina nos motores modernos.
Principais características da 6ª geração:
- Injeção direta de GNV, proporcionando um desempenho muito semelhante ao da gasolina;
- Melhor compatibilidade com motores modernos (TSI e turbo);
- Menor impacto na potência do veículo, com funcionamento mais suave e estável.
Esse sistema é indicado para veículos que possuem injeção direta de combustível, que são cada vez mais comuns nos carros mais novos.
Como é feita a instalação do GNV no carro?
- Solicite a autorização do órgão de trânsito local (DETRAN);
- Encontre uma oficina que faça a instalação do sistema GNV registrada juntamente ao Inmetro; A empresa responsável pela instalação emitirá a nota fiscal do serviço com os componentes instalados discriminados - essa nota é essencial para a fase da inspeção veicular;
- Após a instalação do sistema GNV, o veículo deverá passar pela inspeção de segurança veicular inicial, que é realizada por empresas credenciadas pelo Inmetro e licenciadas pelo Senatran;
- Após a inspeção, será emitido o Certificado de Segurança Veicular (CSV) e o Selo Gás Natural Veicular, com o prazo de validade de 1 ano. O veículo deve passar pela inspeção anualmente;
- Com o Certificado de Segurança Veicular (CSV) em mãos, o próximo passo é realizar uma vistoria de transferência em uma Empresa Credenciada de Vistoria (ECV). Essa vistoria é necessária para validar a alteração de característica do veículo;
- Por fim, após ter realizado todas as etapas anteriores, o motorista deve ir à unidade de atendimento do Departamento de Trânsito Local com todos os documentos solicitados e pagar uma taxa para a emissão da segunda via do documento;
- O cilindro GNV deve passar pelo processo de requalificação a cada 5 anos.
Como funciona a inspeção veicular GNV?
Se você decidiu instalar o GNV (Gás Natural Veicular) no seu carro, saiba que há algumas etapas importantes a serem cumpridas para garantir que seu veículo esteja regularizado e seguro para rodar. Uma delas é a realização das inspeções obrigatórias, tanto no momento da instalação quanto ao longo do tempo de uso, de modo a garantir a segurança do veículo e de seus passageiros. Vamos entender melhor como funciona esse processo.
Inspeção inicial
Após realizar a instalação do kit GNV em uma oficina instaladora credenciada, é obrigatória a realização de uma vistoria de regularização inicial. Essa etapa é fundamental para assegurar que a instalação foi feita corretamente e dentro das normas de segurança.
Os documentos solicitados são:
- Autorização prévia da autoridade competente, concedida por órgão de trânsito para a realização da modificação (alteração de característica);
- CRLV ou CRV ou CRLV-e;
- CNH ou RG do condutor;
- NF de venda dos componentes certificados;
- NF do serviço de instalação do sistema de GNV;
- Selo de Identificação da Conformidade do(s) cilindro(s);
- Etiqueta de Aviso do(s) cilindro(s);
- Atestado de Conformidade da Instalação do Sistema de GNV.
Inspeção periódica (anual)
Além da inspeção inicial, o veículo com GNV precisa passar por uma inspeção periódica anual. Esse procedimento tem o objetivo de garantir que o sistema continue operando em condições seguras e que não haja desgaste que comprometa sua integridade.
Os documentos solicitados são:
- CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) ou CRV (Certificado de Registro do Veículo);
- CNH (Carteira Nacional de Habilitação) ou RG (Registro Geral) do condutor;
- CSV (Certificado de Segurança Veicular) referente a última inspeção.
Quanto custa para colocar GNV no documento?
O valor do custo para atualizar o documento do veículo para combustível GNV pode variar de acordo com o local de registro do veículo. Para saber o valor exato, sugerimos o agendamento pelo site do Departamento de Trânsito do Estado em que o veículo está registrado. Uma oficina instaladora credenciada também poderá informar com precisão sobre os valores e procedimentos.
Como é feito o reteste de cilindro para GNV?
O cilindro do sistema GNV deve passar por inspeção a cada 5 anos para sua requalificação. Nessa inspeção são realizados diversos testes para verificar sua integridade e segurança.
O reteste dos cilindros de GNV é feito por empresas credenciadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), conhecidas como empresas de requalificação de cilindros. Essas empresas devem seguir rigorosamente as normas técnicas estabelecidas para garantir a segurança dos cilindros.
As principais etapas do resteste são:
1. Verificação interna e externa
O processo é feito a partir de decapagem, retirando toda a tintura do cilindro para verificar se existem possíveis rachaduras, cortes ou áreas amassadas na parte externa do cilindro. É, também, feita a verificação da integridade do interior do cilindro com um dispositivo de iluminação de alta potência, checando também a calibragem de rosca. Já para medir a espessura das paredes, é utilizado um equipamento chamado micrômetro interno tubular. Para finalizar a primeira etapa, o cilindro é pesado para identificar se houve perda de massa.
2. Retirada de óleo de dentro do cilindro
Caso exista algum resíduo de óleo dentro do cilindro, ele será higienizado nessa etapa.
3. Limpeza interna e externa
Após as duas primeiras etapas, a terceira é higienizar completamente o cilindro.
4. Teste hidrostático (principal teste)
O teste hidrostático é feito a partir da imersão do cilindro a uma pressurização 50% maior que o seu abastecimento comporta para verificar possíveis vazamentos, expansão volumétrica e sua resistência , caso ele passe neste teste, o cilindro está apto para utilização e avança para a próxima etapa.
5. Pintura e selo
Após ser aprovado em todas as etapas anteriores, o cilindro está qualificado para ser utilizado, com isso é feita a pintura do equipamento na cor amarela, como solicitado pelo órgão regulador, o Inmetro. Ao finalizar a pintura, o selo do Inmetro é fornecido atestando a qualidade do cilindro, além de constar as informações da empresa que realizou o reteste.
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